quarta-feira, 9 de março de 2016

Extremos na representação da mulher


No final do ano passado um vídeo de uma menininha chorando porque queria um marido viralizou na internet. A mãe recebeu críticas positivas e negativas por ter filmado a criança.

Veja o vídeo:


Nesta semana, um novo vídeo com uma menina falando de homens está tomando conta da rede. Trata-se de uma menina que com um discurso eufórico abre mão de casar porque percebe que macho é preguiçoso e não faz nada.

Veja o vídeo:

Em ambos os vídeos vemos meninas em situações de stress (chorando ou falando de forma muito alterada) do lugar que os homens ocupam em suas vidas. No primeiro vídeo, a menina construiu em seu imaginário que não ter um marido a tornaria menos que os outros, daí o seu choro e inconformismo diante da situação. No segundo vídeo, a menina acredita que todos os machos são preguiçosos e faz um levantamento de todas as coisas que ela não quer fazer para macho. O ápice acontece quando ela diz que não irá casar, mas sim se vingar.

As duas meninas são lindas e os vídeos apresentam uma situação cotidiana, parecendo não terem sido planejados. As pessoas que filmaram as garotas, provavelmente, não imaginaram a repercussão que os vídeos teriam. Se o fato de filmar é bom ou ruim, não nos cabe pensar neste momento. O que nos interessa é a posição destes sujeitos femininos que demonstram ser vitimas do patriarcado ainda em idade tão tenra: uma asseverando que precisa de um homem para ser completa e a outra negando esta possibilidade e prometendo uma vingança. 

A representação do que significa ser mulher para essas meninas precisa ser problematizada, pois ser mulher não significa necessariamente ter um marido, assim como ter um marido não significa necessariamente ter que lavar cuecas de macho. Vale também pensar na representação do papel do homem na família pois parece que o homem é o que torna a mulher alguém que não fica para trás, mesmo sendo um preguiçoso. Destaque também deve ser feito para a a concepção de relação afetiva: a mulher somente cabe o casamento com um homem ou então deve ser uma vingadora.  

Não será urgente pensar  sobre a representação de mulher que estas meninas e tantas outras têm?






* Os vídeos foram reproduzidos da internet.





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